A última vez que estive pela casa de Antonio Buero Vallejo foi em 1986, quando recebeu o prêmio Cervantes e o dramaturgo deu lá uma improvisada coletiva de imprensa. Em minha lembrança, o apartamento do bairro de Salamanca, está quase igual, como se não tivesse passado o tempo desde desse modo.
“Todo Antonio está aqui -explica Victoria Rodríguez, sua viúva-. Eu tenho toda a tua roupa guardada e conservada seu escritório”. Quadros, livros, retratos constatam essa presença. Vitória, filha dos atores Manolo Rodriguez e Paquita Clavijo, fala abertamente, legal, simpática, maravilhosa aos seus 85 anos. “Que esbelto conjunto leva”, eu digo.
“É o único vício que tenho tido -responde-, limpezas e sapatos. Lembro-me de uma viagem à Itália com Antonio, no que não parábamos de olhar monumentos, sendo assim que eu tive que chegar a um acordo com ele: na manhã, vemos todos os museus que você quiser, todas as tardes, eu vejo lojas. E dessa maneira fizemos; em Roma, ele sentava-se um par de horas em um café, que era uma delícia e eu me desculpe a ver de perto aqueles sapatos divinos”. Quando encontrou o que logo seria seu marido, você era uma atriz jovem e ele já era um autor respeitado.
Eu era um jovem com um par de sucessos nas minhas costas, em razão de eu tinha dado a ver com “Jogo de garotas”, uma obra de Ruiz Iriarte -desprovido de mim, que nem se lembram que existe – que era muito divertida.
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Comecei muito jovem acompanhando a minha mãe na companhia de Aurora Redondo e Valeriano Leão, onde estive 4 anos e outros 4 com a Tina Gascó. “. “Mal -respondi – já que não me querem doar o salário que eu peço”.
“Vai conceder”, alegou ele. E, verdadeiramente, me deram e chegou este dia gracioso, que de imediato não existe, já que toda a cerimônia formosa do teatro acabou, o dia da leitura. A obra era “Hoje é festa”, eu curti o meu papel, eu curti muito. Também, o novo em Maria Guerreiro era um pelotazo como se diz imediatamente. Nessa corporação eu estive 4 anos, e de lá foi o tonteo com Antonio. Você sabia que ele era nada mais nada menos que Buero Vallejo, Com um respeito permanente e lhe usteaba.
Eu tenho sido bastante respeitosa e usteaba a tudo o que exercia um cargo e era maior do que eu. Mas parece que os ambientes teatrais tem reinado sempre o tuteo. Sim e não está incorreto, no entanto quando um filhote de vinte e quatro anos está com um Buero Vallejo, manifestar: “Que tal, mestre, como você está?” não me parecia exato.
Eu lhe chamava de você e não me custava nenhum trabalho. Notava-se que ele era acolhedor ou mantinha uma certa distância. A princípio, não. Tudo era respeito. E quem deu o primeiro passo? Ele me convidou uma vez para jantar perto do Maria Guerreiro. Como depois dos ensaios nos sentávamos no café Gijón, alguma vez pagou-me o consumo, contudo também pagava a outras atrizes. Foi uma coisa muito natural.
Então, imediatamente, quando lançou, ao invés de me mandar uma caixa de chocolates, fez-me comparecer uma caixa cheia de torrões de açúcar, mas perfeito de tela. Tinha-Se interessante um agradável tempo em meter lá os caroços. Ele era um homem que gostava de mim sempre, ouvir, observar tua apostura… Depois falava pequeno, não se dava gritos.