Em Defesa Da Arte Da Performance

Em Defesa Da Arte Da Performance 1

Desculpe, você poderia definir a arte da performance? Um bonche de pessoas “rarita” que aparecia percorrer nu e gritar slogans esquerdistas sobre o palco. Os artistas de performance são… maus atores. É uma onda muito… muito chida. Te faz refletir… e cagarte de rir.

A performance é tal a antítese como o antídoto pra alta cultura. Responder-Te-ei com uma piada: o Que você ganha no momento em que você associar um comediante com um performero?… Uma piada que ninguém sabe. Desde que eu me opongo aos discursos dominantes, essencialmente aqueles que são involuntários e gerados por minha própria psique, estou plenamente consciente de que a minha voz dentro deste texto é apenas um entre uma multidão de subjetividades.

De qualquer maneira, tento falar por outros, afirmar fronteiras e postos de controle no mapa da performance, nem ao menos declarar fora da lei a cada prática artística, que não é capturada na minha câmera. Primeiro, vamos desenhar o mapa. Eu me vejo a mim mesmo como um cartógrafo experimental. Muitos da gente somos exilados das artes visuais, todavia incertamente fazemos materiais, a fim de que sejam expostos em museus ou galerias.

Realmente, nossa principal obra de arte é o nosso próprio corpo, coberto de implicações semióticas, políticas, etnográficas, cartográficas e mitológicas. Ao contrário dos artistas visuais e dos escultores, no momento em que nós criamos objetos, o que fazemos pra que sejam manipulados e utilizados sem remorso no decorrer da performance. Na realidade, não nos importa se esses instrumentos são gastos ou destruídos. De fato, quanto mais usamos os nossos “artefatos”, mais “carregados” e poderosos se tornam.

  • Manchas no rosto
  • Real Techniques
  • 3 Carga simbólica
  • MÁSCARA DE CÍLIOS

A reciclagem é o nosso modus operandi. Isso nos diferencia, de forma dramática, a maioria dos designers de figurinos, adereços e cenografia, que incertamente reciclados tuas criações. Às vezes, pmos na esfera cívica, e testamos os nossos novos personagens e ações nas ruas, no entanto em um significado restrito, não somos “artistas públicos.” As ruas são meras extensões de nosso laboratório de performance; galerias sem muros.

Diversos da gente nos consideramos ativistas, mas as nossas estratégias de comunicação e linguagens experimentais são consideravelmente diferentes daqueles utilizados pelos ativistas políticos. Em resumo, nós somos o que os outros não são, dizemos o que os outros não dizem, e ocupamos espaços culturais que, em geral, são ignorados ou desprezados.

Devido a isto, as nossas múltiplas comunidades são constituídas por refugiados estéticos, políticos, étnicos e de gênero. Para mim, a arte da performance é um “território” conceitual com clima caprichoso e fronteiras em mudança; um ambiente onde a contradição, a ambigüidade e o paradoxo não são só toleradas, no entanto estimuladas.

Cada território que um artista de performance boceta, incluindo esse texto, é um pouco contrário do de teu vizinho. Nos encontramos em “o” terreno intermediário, pontualmente por causa de nos garante liberdades especiais que, algumas vezes, se nos negam em outros espaços onde somos meramente insiders temporários. Neste sentido, somos desertores da ortodoxia, embarcados na procura eterno de um sistema de raciocínio político e uma práxis estética mais inclusivas.

É uma viagem solitária e mal compreendido, todavia que nos fascina. É precisamente nas afiadas fronteiras entre culturas, gêneros, artesanato, idiomas, e maneiras artísticas, em que nos sentimos mais confortáveis, e onde reconhecemos nossos colegas. Somos criaturas intersticiais e cidadãos fronteiriços por natureza – membros e hackers ao mesmo tempo, e regozijamo-nos nesta paradoxal condição.